Este site é desenvolvido por entusiastas e admiradores do artista Silvio Santos e não possui nenhuma ligação com empresas do Grupo Silvio Santos.
Mostrando postagens com marcador música-tema. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador música-tema. Mostrar todas as postagens

20 de jul. de 2008

Trilhas sonoras de programas do SBT

Este tópico que abrimos hoje estará sempre em atualização, cada vez que descobrirmos novas informações sobre as trilhas sonoras retiradas de filmes ou de artistas estrangeiros que serviram de prefixo musical em nossa querida emissora. Como veremos, são pérolas que, por vezes, demonstram o gosto bastante apurado e a vasta cultura musical de quem trabalha como sonoplasta.

SHOW DE CALOUROS
Essa você já viu aqui antes! O Show de Calouros teve dois temas musicais: o Coisa Nossa, uma adaptação de Cosa Nostra, sucesso do Jorge Ben, e, de 1985 até o fim do programa, em 1996, o Lá Lá Lá Lá, uma versão de Those Were The Days que, por sua vez, era uma adaptação de Dorogoi Dlinnoyu, uma canção popular russa. No Show, foi tocada pela orquestra do Maestro Zezinho. Confira tudo aqui neste tópico completo sobre o assunto.
No encerramento do programa, após o Isto é Incrível, Silvio Santos chamava "vai maestro!" e a orquestra tocava esta trilha: veja no YouTube. Trata-se de uma versão instrumental da canção de Ethel Merman There's no business like show business, um clássico dos anos 1950. Num outro arranjo, ela foi tema de abertura da minissérie da Globo O Quinto dos Infernos.

PORTA DA ESPERANÇA
O célebre quadro assistencialista do Programa Silvio Santos tem como trilha In The Stone, da banda Earth, Wind & Fire (do álbum I Am, Columbia CBS, 1979). Veja no YouTube. Basta ouvir os primeiros acordes e a associação será imediata. Confira.

SORTEIO DA TELE SENA
Este momento acompanhado com atenção e caneta na mão pelas colegas de trabalho tem como cortina musical a versão "disco" de To Sir, With Love, de Vicki Sue Robinson (single lançado pela gravadora Profile em 1983). A mesma canção, em sua versão original, da cantora escocesa Lulu, foi tema do clássico e marcante filme Ao Mestre com Carinho (Columbia Pictures, 1966), que relata o drama do professor vivido por Sidney Poitier para enfrentar a hostilidade e o preconceito de seus alunos. É um filmão, a trilha é boa e a versão dançante combina com o sorteio do bingo televisivo... Ouça a canção de Vicki Sue Robinson e a mesma música no Sorteio da Tele Sena.
E nas propagandas... todo mundo já ouviu e cantou: "Tele, Tele, Tele, Tele Sena / Eu vou ganhar / Na Tele Sena". Mas a primeira vez que alguém cantou este hit foi o bom baiano Cid Guerreiro, que participou de uma campanha de Carnaval desse título de capitalização. Ele mesmo, o compositor do Ilariê da Xuxa e do Circo da Alegria de Atchim & Espirro. É bem provável que ele mesmo tenha composto o jingle da Tele Sena!

TROFÉU IMPRENSA
O Oscar da TV Brasileira, criado pelo jornalista Plácido Manaia Nunes, da extinta revista São Paulo na TV, em 1960, e que desde os anos 70 é apresentado pelo nosso herói. A música que embalava os trabalhos do júri nos anos 80 e 90 era o tema de Superman (1978, Warner Bros.), de John Williams: clique e veja. Depois foi usada Chariots of Fire de Vangelis Papathanassiou, do filme vencedor de 4 Oscars Carruagens de Fogo (1981, 20th Century Fox). Não confundir essa música com "Titles", tema do mesmo filme que se tornou marcante na transmissão da Corrida de São Silvestre. Chariots of Fire também embalou a chamada da série O Homem que veio do Céu na TVS: clique e veja.

RODA O PIÃO
Conhecido nacionalmente como o Pião da Casa Própria, o prisma giratório de seis faces rodado pelos clientes do Baú da Felicidade nos quadros do Programa Silvio Santos serviu para várias brincadeiras diferentes. Além de protagonizar o Festival da Casa Própria, valendo uma casa para o vencedor e um video-cassete com um bom filme para o derrotado, o pião também trabalhou no Qual é a Música, como Pião dos Signos, com os elementos do zodíaco no lugar dos números e no Tentação, no qual apareciam três piões no palco. Mas o recorde foi noutra brincadeira do Baú, na qual nada mais que seis piões rodopiavam no palco. O pião mais famoso da televisão emanava um som característico ao ser acionado pelos fregueses do Baú, uma música que dava emoção e nervosismo à brincadeira. Essa música é Holiday for Strings, executada pela orquestra de Henry Jerome. Estava no LP Metais em Brasa e as Cordas Vibrantes.

HOT HOT HOT
A música que dava título ao quadro do Programa Silvio Santos Hot Hot Hot, levava o mesmo nome e também embalou os primeiros anos do Topa Tudo por Dinheiro, até surgir a canção Ritmo de Festa. A versão original parece ser de Harry Belafonte, artista americano dos anos 50, mas a versão usada no programa é do cantor caribenho Arrow, de um single de 1982. Veja só ele cantando ao vivo, num show!
Lembro também que, certa feita, o Beto Carrero levou um grupo de acrobatas ao Domingo Legal e comentou com o Gugu que a música usada na apresentação dos artistas circenses era exclusiva e inédita no Brasil... uma ova... era Hot Hot Hot! De fato, pouca gente conhece as versões originais dessa música, achando que ela é uma invenção do Silvio Santos...

REI MAJESTADE
O programa que buscou resgatar os artistas que fizeram sucesso no passado e "nunca perderam a majestade" começava com as bailarinas do SBT dançando Celebration, da banda Kool in the Gang. Confira neste vídeo, que tem a assinatura logo no início, com o Silvio Santos vem aí!

ENCERRAMENTO DAS TRANSMISSÕES
A clássica vinheta já postada aqui, com o satélite despejando o sinal do SBT no Brasil tem a sonoplastia de Giorgio Moroder, com a música The Fight, que foi trilha de Falcão, o campeão dos campeões (1987, Warner Bros. Sim, é aquele clássico da Sessão de Sábado da Globo, com Silvester Stallone). Veja no YouTube.

Quem souber outras trilhas interessantes, por favor comente o tópico para que possamos agrupar o maior número de informações possível!

Agradecimentos a:
Danilo Cymrot, pela informação sobre o tema da Tele Sena.
Jorge William, pela informação sobre o tema de Hot Hot Hot.
Jorge Monteiro, pelas informações sobre os temas do Troféu Imprensa, do encerramento do Show de Calouros, do jingle da Tele Sena e do Rei Majestade.

Gostou deste artigo? Veja a parte II.


Atualizado em 9/3/8 , 20/7/8, 23/7/8 e 26/7/8

Postagem original em 1º/3/8

22 de fev. de 2008

Sonhei que o SBT tinha feito uma parada...

O ano era mil novecentos e oitenta e sete.
O dia, doze de outubro, dia da Padroeira, feriado nacional.
O local, a cidade de São Paulo, capital do Estado homônimo, originária da vila de São Paulo de Piratininga, fundada pelos padres jesuítas em 1554.
O trajeto, entre o Aeroporto Internacional de Congonhas e o Palácio de Convenções do Anhembi, passava pelas Avenidas Rubem Berta e Vinte e Três de Maio, o Vale do Anhangabaú, a Avenida Tiradentes, e a Praça Campo de Bagatelle, onde está a réplica em tamanho natural do 14 Bis.
O horário, dez da manhã. Mas desde as seis horas já tinha gente se aglomerando nas ruas da capital paulista. Para quê?

Pra ver Silvio Santos e todo o elenco do SBT (naqueles tempos, chamado também de TVS) na Parada do Dia das Crianças. Um dos eventos mais incríveis e inesquecíveis realizados por uma emissora de televisão no Brasil, consagrando seus artistas e os trazendo para bem perto do público. Tanto que chegou a ser indicada ao Troféu Imprensa de ‘Momento mais marcante do ano’. O evento ainda se repetiu por um ano, chegando a levar mais de dois milhões de pessoas para as ruas de São Paulo.

Segundo reportagens da época, Sílvio conseguiu uma consagração de fazer inveja a qualquer político, impressionando tão positivamente os partidos, que candidatou-se à presidência do Brasil em 1989. Silvio Santos encerrava o desfile, de pé a bordo de um Mustang vermelho conversível, acompanhado da mulher, Iris, e cercado por dez guarda-costas com camisetas com o logo da TVS. Tirou fotos com criancinhas no colo e beijou colegas de trabalho histéricas pela emoção de se aproximar dele. Tanta comoção só se viria novamente em 2001, quando o Homem do Baú foi tema do carnaval da Escola de Samba Tradição na Sapucaí, ao vivo na TV Globo.

Os personagens de Walt Disney foram o destaque da Parada em 1988, quando Mickey Mouse comemorava seus 60 anos de criação. Uma jogada da Disney que uniu o útil ao agradável. A Turma da Mônica também participou do evento, em outra ocasião. Como escreveu Guilherme Guidorizzi em seu Central de Notícias (http://centraldenoticias.wordpress.com/2007/10/13/momento-retro-parada-do-dia-das-criancas/), a Parada do Dia das Crianças reunia além dos apresentadores e contratados do canal, carros alegóricos imitando os cenários dos programas. Silvio Santos, Bozo, Vovó Mafalda, Jô Soares, Gugu Liberato, Mara, Feliz, Ary Toledo, Carlos Alberto de Nóbrega, Hebe, Simony, Sérgio Mallandro, o elenco da Praça é Nossa e os jurados do Show de Calouros eram alguns que participaram da Parada.

Em 1988, a parada ocorreu no dia 10 de outubro, uma segunda-feira. Nesse dia, o SBT exibiu um episódio inédito de Chaves: O Dia das Crianças. E criou uma tradição, creio que jamais quebrada: todo dia 12 de outubro esse episódio é repetido. O encerramento do episódio é um videoclipe da canção "É Aqui", em que se cantam os versos "Sonhei que o SBT tinha feito uma parada / E vi com emoção a platéia que assistia... E quem dela não participou / Tristinho então ficou / Esperando o ano que vem". Mais à frente, outros versos diziam: "Depois o Mickey Mouse apareceu / E acenou pra todo mundo que veio participar". O refrão não podia ser mais claro: "É aqui, é aqui / No maior auditório do país! / É aqui, é aqui / O Dia das Crianças é aqui!".

A versão original dessa música é "Cri Cri", composta por Roberto Gómez Bolaños (Chespirito), autor, mentor, criador e intérprete do Chaves, para homenagear o radialista mexicano Francisco José Gabilondo Soler (http://tinhaqueserochaves.50webs.com/cricri.html), muito querido pelas crianças, e não tem nada a ver com a versão adaptada pela dublagem brasileira (leia-se estúdios MaGa, Marcelo Gastaldi e Mário Lúcio de Freitas).

E outra música importante a ser lembrada é o tema da parada: "Pequeno Mundo", versão para o português de "It's a Small World", por Rogério Cardoso, também usada no Domingo no Parque:
"Para ser feliz / É preciso ter / Este mundo azul / Da imensidão / É fazer das tristezas estrelas a mais / E do pranto uma canção / Há um mundo bem melhor / Todo feito pra você / É um mundo pequenino / Que a ternura fez"

O YouTube não nos brindou com muitas imagens de arquivo da Parada do Dia das Crianças. As que sobreviveram ao tempo e a lembrança são as que mostramos abaixo.

Aqui vemos imagens de arquivo narradas por Lombardi, para o programa Eu Compro o Seu Televisor.


O vídeo da campanha presidencial de Silvio Santos em 1989. Aparecem imagens dele da Parada.


Junto com várias imagens de arquivo do SBT, aparecem várias cenas da Parada de 1987.


Em 2008 mais uma vez foi relembrada a Parada, desta vez no Quem Não Viu, Vai Ver. Uma matéria bem completa, porém sem mostrar imagens de Silvio Santos.

15 de fev. de 2008

Pedro de Lara, lá...

Durante mais de duas décadas Silvio Santos apresentou esse programa clássico que, durante muito tempo, encerrou o Programa Silvio Santos e era líder de audiência. O Show de Calouros.

Um formato bastante convencional, nada de inovador. O júri não era novidade na televisão brasileira, nem o concurso de aspirantes a estrelas de televisão. Mas este foi o programa de calouros mais marcante, além dos programas do Chacrinha. Esse tipo de show surgiu no rádio, e o nome "calouros" foi utilizado em alusão aos trotes que recebiam os calouros da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Os apresentadores gostavam de judiar dos calouros que fracassavam, gongando-os, buzinando-os ou jogando-lhes meleca, coisa típica de programas americanos.

Mas não vamos falar do programa, e sim de seu prefixo musical. Dois temas tornaram-se famosos na abertura do Show. A mais antiga era o tema "Cosa Nostra". Silvio Santos dava a deixa para o "disc-jóquei" e repetia a ladainha, chamando os jurados a tomarem seus lugares na mesa: Haroldo de Andrade... é Coisa Nossa! Barros de Alencar... é Coisa Nossa... Mas que vai, vai / Mas que vai, vem!

"Cosa Nostra" é uma adaptação da canção de Jorge Ben de mesmo nome. Saiu assim no disco "Silvio Santos e Suas Colegas de Trabalho", em 1974.

Na época em que batalhava pela concessão dos canais de televisão, Silvio cantava "O Figueiredo é Coisa Nossa" e "O Golbery é Coisa Nossa", procurando manter as boas relações com o Presidente da República João Figueiredo e o Ministro da Casa Civil Golbery do Couto e Silva.

Do nosso acervo, vem o vídeo do YouTube da abertura completa do Show de Calouros de 1981, exibido pela TVS e pela TV Record, em que são chamados os jurados e é mencionado o nome de Figueiredo, na musiquinha "Cosa Nostra".



Mas a música que fez a fama do programa, lembrada até hoje, mesmo com o programa fora do ar há mais de dez anos é outra... não sei por qual razão a maioria das pessoas começa cantando "Pedro de Lara, lá...", se o primeiro a entrar no palco era o Silvio Santos...

Essa música estreou em 1984, deixou de ser usada quando houve a mudança de nome para Show de Variedades, em 1992, substituída pela canção Shalom, e retornou quando o programa migrou para as tardes de sábado e passou a ser apresentado pelos jurados, em revezamento, sem Silvio Santos e como o nome original restaurado.

A ordem clássica de entrada dos jurados, após o Silvio, era a seguinte:

  1. Sérgio Mallandro
  2. Décio Piccinini
  3. Sonia Lima
  4. Aracy de Almeida
  5. Pedro de Lara (ou Nelson Rubens)
  6. Wagner Montes (ou Luis Ricardo)
  7. Flor (ou Mara)

Com a saída do Mallandro, Pedro de Lara passou a ser o primeiro a entrar, carregando seus lírios brancos. Em seguida aos jurados, Silvio fazia a chamada do auditório "mais feminino do Brasil" e do locutor Lombardi ("o Lombardi agora vai falar"), que lia o texto de algum dos patrocinadores.

A música-tema foi inspirada na música folclórica russa "Dorogoi Dlinnoyu" ("A Longa Estrada", em tradução literal), que pode ser vista no YouTube. Essa canção ganhou versão norte-americana, mais famosa e mais conhecida, "Those Were The Days', na versão feita pelo compositor americano Gene Raskin, cuja gravação mais marcante é a de Mary Hopkin.

Claro que também houve versões nacionais da melô do Show de Calouros. Marcelo Costa, Nalva Aguiar e Joelma foram alguns dos artistas brasileiros que gravaram uma versão de Those Were The Days, por aqui chamada de "Aqueles Tempos". A de Joelma foi a gravação mais conhecida. Cante no ritmo:

"O tempo que passou / Não conseguiu matar / O amor que eu / Insisto em recordar / Eu sei que não valeu / O que você e eu / No Nosso amor / Deixamos florescer"

Letra completa aqui.

Em 1988, A Nova Turma do Balão Mágico, nova formação do grupo que existiu entre 1983 e 1986, agora com as gêmeas Natanna e Tuanny (filhas da cantora Adriana) e Rodrigo, irmão de Vanessa, do Trem da Alegria, surgia para tentar um espaço no concorrido mercado das músicas infantis dos saudosos anos 80 (que contava, entre outros, com com o Grupo Chocolate, Jairzinho & Simony, A Patotinha, Sérgio Mallandro, Algodão Doce, A Turma do Lambe-Lambe, Atchim & Espirro, Os Trapalhões, Fofão, Xuxa e Trem da Alegria. A Nova Turma lançou dois LPs, sendo que a última faixa do primeiro disco era "Era Uma Vez", uma versão infantil de "Those Were The Days" feita por Aloysio Reis e Biagra.

Vai, maestro:

"Era uma vez alguém / Que me faz muito bem / E o que ela diz / A todos faz feliz / E com você aqui / Nunca me sinto só / Me conta outra história, minha vó"

Veja a letra completa aqui

Os saudosos fãs do Show de Calouros aguardam com ansiedade os boatos que sempre aparecem, de que o programa voltará à grade do SBT, com Silvio Santos. Foi o mais marcante dos quadros apresentados no PSS, por seus jurados, por seus calouros e, principalmente, pela condução de Silvio, no auge da forma e aproveitando toda a liberdade de seu próprio canal de televisão. Silvio, nesse programa, dançava, cantava, ria, se emocionava e até fazia discursos políticos... foi quando, recuperando-se do problema nas cordas vocais que quase encerrou sua carreira, quis seguir a carreira política. Deixemo-la para outra ocasião.


Abertura do Show de Calouros - 1990
Note que a Condessa Giovana é a atual Mamma Bruschetta, do Mulheres da TV Gazeta.


Abertura do Novo Show de Calouros - 1993
Com a jurada Vovó Mafalda!


Abertura do Novo Show de Calouros - 1995
Último cenário do Show... Wagner Montes não desce a escada, entra pela lateral, em razão de sua perna mecânica.


Obrigado ao pessoal que está comentando as postagens! Isso é muito importante para nosso conteúdo ficar cada vez mais completo.

28 de jan. de 2008

Aqui Agora, a arma do povo


"São dezoito horas e trinta minutos, horário de Brasília. Está começando o Aqui Agora, um jornal vibrante, que mostra na TV a vida como ela é!"
Com essas palavras Ivo Morganti iniciava mais uma edição do jornal Aqui Agora, exibido pelo SBT entre 1991 e 1997. O SBT formou uma programação pesada que muito incomodou a Globo. No ano da estréia, o horário nobre tinha Carrossel, Chaves e Chapolin, TJ Brasil com Bóris Casoy e Jornal do SBT com Lilian Witte Fibe.

O INÍCIO
Aqui Agora debutou no dia 20 de maio de 1991, e em três semanas dava 15 pontos de audiência e elevou os índices do TJ Brasil. Foi inspirado no "Nuevediario", da TV argentina, mas inovou por evitar a edição das imagens, dando prevalência à seqüencia dos fatos.

COMO ERA
O conceito era muito simples: fazer tudo diferente do que a emissora líder fazia, fugindo do padrão global de qualidade. O SBT fez um jornal ágil e emotivo, com o apelo popular do jornal de rádio. Os apresentadores mais marcantes, Ivo Morganti, Christina Rocha, Liliane Ventura e Sérgio Ewerton chamavam as matérias.
Entravam perseguições policiais, tiroteios e muita correria, com o repórter e o cinegrafista praticamente participando das notícias; as matérias de defesa do consumidor com Celso Russomano; Magdalena Bonfiglioli em reportagens emotivas; Jacinto Figueira Jr., o homem do sapato branco, atrás de casos sobrenaturais; Wagner Montes como repórter investigativo e Gil Gomes, que popularizou-se como cronista policial que usava camisas coloridas e gesticulava como quem embaralha as pedras de dominó. O locutor Luiz Lopes Corrêa com sua voz inconfundível narrava as notas internacionais e as manchetes sarcásticas do programa; Nelson Rubens lia as fofocas dos artistas; Feliz dava a alegre previsão do tempo e o boxeador Maguila, vestindo luvas, era comentarista de economia.
As reportagens traziam no rodapé da tela uma faixa com caracteres que trazia uma manchete resumidora do assunto tratado, geralmente de forma impactante, que passou a ser copiada pelas outras emissoras e usada até hoje.
O programa foi um grande sucesso, tocando em cheio no público das classes C e D. Tornou populares jornalistas como Ivo Morganti, Wagner Montes, João Leite Neto e Celso Russomano, que engrenaram carreira politica.

A MÚSICA-TEMA
A música-tema do programa era marcante, bastante adequada à sua temática. Foi extraída de de um disco instrumental, como de praxe entre as emissoras de televisão. Para 1997, o compositor e arranjador Mário Lúcio de Freitas refez o arranjo, deixando a música mais suave, porém não menos impactante.

AS ENCHENTES
O programa era realizado nas instalações do SBT na Rua Santa Veloso, 575, Vila Guilherme, sempre suscetível a enchentes. Por causa delas, programas deixaram de ser exibidos, como Hebe e TJ Brasil, tendo sido inundados os estúdios e a produção. Mas o jornalismo não podia parar, e a emissora se adaptou como pôde. O SBT lançou, por volta de 92 ou 93, sua mais versátil unidade móvel: um bote inflável, que realizou muitas coberturas para o Aqui Agora e para o TJ Brasil. Era um barquinho de borracha, com um adesivo "reportagem"; na popa. Outros canais também tiveram seus botes, mas nunca para navegar dentro da própria emissora...

AS CRÍTICAS
Esse pacote tão irreverente fez levantar muitas críticas contra o programa, tachado de sensacionalista e apelativo. "Este é o receituário do jornalismo que exacerba emoções e transforma alguns jornalistas em policiais, juízes e, às vezes, executores da sentença”, criticou o jornalista Heródoto Barbeiro.

A DECADÊNCIA
O jornal começou a perder prestígio com a exibição das cenas de um suicídio. Para Dayse Bezerra, a decadência do Aqui Agora começou quando o excesso de inspiração saguinolenta ultrapassou a ética permitida. A partir daí o telejornal começou a morrer lentamente. Nesta ocasião, o Aqui Agora deixou de simplesmente noticiar, para ser noticiado. Tudo porque não soube frear as suas palavras, imagens e pautas jornalísticas.

OS FILHOTES
José Luiz Datena e seu Brasil Urgente, na Bandeirantes são filhotes do Aqui Agora. O estilo do jornal do SBT deu suas primeiras crias com o Cadeia na CNT (com Alborghetti) e Cidade Alerta na Record. Este criou o estilo do apresentador que opina, e fica de pé no estúdio. A Record encerrou o programa pois queria se livrar do rótulo de emissora popularesca, mas seu Balanço Geral bebe na mesma fonte. O SBT ainda tentou resgatar a fórmula com Ney Gonçalves Dias, em 1997, mas não durou.

PICOS DE AUDIÊNCIA
O programa chegou a 33 pontos. Na estréia da novela das sete Vamp, da Globo, armou-se com uma reportagem com as crianças de Carrossel e marcou 24 pontos de pico e 21 de média, abocanhando parte do público global.

O PRIMEIRO AQUI AGORA NÃO FOI DO SBT
Foi ao ar na Rede Tupi o programa chamado Aqui Agora, em 1980, diariamente do meio-dia às seis da tarde. Tinha Wilton Franco no cast e Wagner Montes já como repórter policial e apelidado de "chicote do povo". Mas não era um jornal; fazia a linha "O Povo na TV", com forte apelo popular, reencontros, brigas e muito improviso. A Tupi estava em crise e o programa foi uma aposta que deu certo, elevando o faturamento da emissora de Cr$ 200 mil para Cr$ 4 milhões. Acabou porque a emissora fechou. (fonte: http://www.tv-pesquisa.com.puc-rio.br/)

NO YOUTUBE
São vários os vídeos do Aqui Agora, mas selecionamos os mais interessantes.

Chamada - 1991

Abordagem de Gil Gomes


Chamada de Celso Russomano


Clipe exibido no Troféu Imprensa
Bastidores do Aqui Agora - reportagem do programa Vitrine da TV Cultura
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

As mais lidas