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30 de mar. de 2008

O Microfone do Silvio Santos - parte 3

Agora virou uma trilogia! Nesta terceira parte de nossa pesquisa sobre o pequeno objeto metálico que é um dos símbolos do Homem do Baú falaremos de algo tão incomum quanto o fato de que outros artistas também vergaram o mesmo microfone (ver aqui): falaremos agora das vezes em que Silvio Santos não usou seu microfone!

O equipamento tem jeito de ser bem resistente, já que são décadas de uso, tendo passado por abraços apertados com colegas de trabalho, tombos e chacoalhões. Mas às vezes ele sucumbiu e obrigou nosso herói a usar outros tipos de microfone.

Uma dessas vezes foi na histórica queda no tanque d'água, acontecida no programa Topa Tudo Por Dinheiro, em 1992 (eu sei que você já viu esse vídeo várias vezes , mas não custa lembrar). Não podemos considerar que o microfone deixou o Homem na mão naquela ocasião, principalmente porque ele obviamente não continuaria funcionando após a queda na água. No Topa Tudo por Dinheiro da semana seguinte à fatídica queda, porém, Silvio Santos apareceu sentado novamente na tábua com o microfone no pescoço (provavelmente um modelo reserva) e, dessa vez, não se molhou.

Silvio fala de um microfone Shure comum de dentro do tanque d'água



Silvio Santos usa um microfone de lapela durante um Show de Calouros de 1992.


Nosso amigo Fernando Morgado do blog Televisionado nos trouxe uma contribuição para esta seção:

Em 1998, foi lançado o programa Gol Show, em que telespectadores acionavam um canhão por telefone, que disparava a bola em direção a um gol, como se fosse uma cobrança de pênalti. Era transmitido ao vivo. Nele, nosso Herói usou um microfone de lapela, para "modernizar sua imagem". No livro Manual de Produção & Direção, de Valter Bonasio (ex-diretor do Gol Show), editora Leitura, página 176, destacamos a seguinte passagem:

"O apresentador do programa tinha de conversar com o telespectador através do telefone, que tinha má qualidade de transmissão de voz, principalmente das ligações vindas de outros Estados mais distantes de São Paulo, de onde o programa era transmitido. Outro fator que comprometia a qualidade do som era a presença do público no estúdio. O barulho era equivalente ao de uma pequena torcida de um ginásio de esportes. O microfone que o apresentador usava tinha a sua marca registrada há mais de trinta anos. Tratava-se de um microfone Sennheiser cadióide, de mão, adaptado, preso a um cordão em volta do pescoço. Como se tratava de um programa novo, o apresentador quis modernizar a sua imagem usando um microfone de lapela. Depois de várias tentativas, chegamos a um resultado satisfatório com um microfone de lapela cardióide, que foi fabricado com características técnicas específicas para aquela finalidade.

O reposicionamento das caixas acústicas no estúdio, que reproduzia o áudio da ligação telefônica, foi também decisivo para atingirmos o resultado desejado. Para conseguir afixar as caixas na exata posição que desejávamos, desenvolvemos um sistema de sustentação das caixas, com catracas e correntes que permitiam os ajustes de ângulo e altura. Esta experiência demonstra que para cada tipo de problema relacionado ao áudio existe uma solução. Não aceite um áudio apenas razoável na sua produção."

Porém, na abertura do Teleton de 1999, aí sim, o bichinho falhou feio. Não funcionou. É bom lembrar que, naquele ano, o programa foi gerado e transmitido pela TV Cultura de São Paulo, de seu auditório.

Foi o ano em que a concepção da campanha foi melhor atendida pelas emissoras e pelos artistas: um evento com a participação de todos, transmitido por várias rádios e várias redes de TV. Talvez a falta de experiência dos técnicos da TV Cultura com o microfone do Silvio tenha feito com que o aparelho falhasse bem na abertura do evento. Silvio, com seu Sennheiser pendurado no pescoço, falou num microfone Shure SM-58 que segurava em sua mão, do jeito que o Ceará aparece no palco do Pânico na TV imitando o Patrão (pois o microfone do Silvio usado pelo Ceará é uma réplica, e, portanto, não funciona).


Na abertura do Teleton 1999, Silvio fala em um microfone Shure após a falha no funcionamento de seu microfone habitual.


Em 2001, o SBT havia adquirido um novo, caro e sofisticado equipamento para seus apresentadores: um microfone earset da cor da pele, bastante fino, praticamente invisível, (o E6 Omni Earset Mic, fabricado pela Countryman ). Com o peso de apenas 2 gramas, é hoje utilizado por apresentadores como Ana Maria Braga e Márcia Goldschmidt, além de ser o sonho de consumo de dez entre dez pregadores de igreja. R.R. Soares usa um destes. Pois Silvio Santos também testou o aparelho, apresentando com ele o Show do Milhão, mas, tempos depois, voltou ao velho microfone de sempre.

Durante os anos 70, no Troféu Imprensa, Silvio Santos e os artistas que vinham receber suas estatuetas se vestiam no maior rigor. E Silvio não usava seu microfone.


Silvio Santos e Sergio Chapelin no Troféu Imprensa

Silvio e Roberto Carlos, no mesmo programa


Curiosamente, nas transmissões do Miss Brasil nos anos 80, pela TVS, apesar de usar smoking e gravata borboleta como no Troféu Imprensa, Silvio Santos usava seu microfone habitual normalmente.

No Miss Brasil 1984, Silvio recebeu Patrícia e Luciano, que cantaram É de Chocolate (saiba mais sobre esta música no blog Letras do Trem).





Silvio também não apareceu de microfone no pescoço nas propagandas eleitorais para a campanha presidencial de 1989, certamente para desvincular a imagem de político da imagem de artista.


E, finalmente, em 23 de setembro de 2012, Silvio começou o programa usando um microfone earset mas, poucos minutos após a abertura, interrompeu o programa para substituir o aparelho pelo seu microfone tradicional.

Com os agradecimentos a Fernando Morgado do Televisionado (http://televisionado.wordpress.com).

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